quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Hoje




Hoje tenho poucos anos, bem poucos para saber ao certo quem serei por toda a vida. Acho que sou diferente cada dia que acordo. Às vezes sou linda, sou mulher. Às vezes não. Abro o guarda roupa e pergunto a ele quem eu devo ser hoje. Posso ser tantas, posso ser várias, e o que mais me surpreende é saber que existem infinitas possilibidades em mim.
Ainda ontem, me divertia sozinha com meus brinquedos e meu mundo tinha o colorido feliz de um pacote de jujubas. Rabiscava com giz de cera folhas e mais folhas, desenhando os sonhos que sonhava acordada. Hoje, tento manter um pouco disso, quando enfeito meu caderno universitário com corações de caneta bic vermelha.
Hoje eu preciso escolher todo o dia o caminho que irei trilhar, mesmo não sabendo onde vai dar. Mas dentre tantas incertezas, uma única certeza: quero ser feliz! Para isso, acho que a vida tem que ser divertida, leve, confortável como vestir um pijama de flanela ou calçar um tenis velho. Tem que me dar prazer!
Isso tudo me assusta um pouco, às vezes... mas espero um dia olhar para trás e saber dizer quem sou, ou melhor, o que me tornei. Neste dia, vou me lembrar de todas as cores, de todos os momentos, de todas as surpresas que a vida me trouxe. Vou me lembrar da trilha sonora da minha vida e todas as letras, melodias e canções vão contar sobre mim.  

(Este texto foi escrito por Carina Freitas a partir do autorretrato feito em colagem por Bruna)

4 comentários:

  1. Hummm... tenho a impressão de que a Carina falou um pouco de si mesma ao falar do retrato da Bruna...
    Bem, na verdade beeeeeeem verdadeira, a Carina conseguiu falar de todas nós...
    Esse último parágrafo, então, ela caprichou. Me vejo nele como em um espelho.
    Obrigada Ca e Bru.

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  2. Bom, primeiro eu quero agradecer a Bruna pelo presente que foi receber a sua colagem como inspiração.
    Achei que as imagens me falavam mais de uma geração, de uma época da vida de alguém, que propriamente de quem ela realmente é. Por isso o texto saiu assim, um pouco nostálgico...
    Obrigada.
    Adorei!

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  3. Ai como é bom!!
    Ler sobre o feminino, assim escrito com tanta personalidade e convicção! Sem tirar é lógico o peso essencial da colagem! Ser menina, ser garota, ser mulher... nossa, que espelho carinhoso!!
    Me gostei ainda mais... :))

    grandes abraços, Elaine

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