sábado, 30 de outubro de 2010

Mauro visita São Paulo e conhece o MASP




Querida esposa,

que saudade que eu tô de tu, nega! Aqui em São Paulo as coisa é diferente. Tem uns predião grandão, maior que umas montanha. As pessoas falão diferente!
O João qui já cunhecia as coisa aqui mi levô nuns lugar legal. O mais legal foi um museo todo grandão. Ele é mágico, pru quê ele voa no ar! Você num ia acrerditá, ele voa memo! É um tal de mapa, mala, maps, num sei direito.
Tem uns quadro tudo bunito, parece foto! E uns porta-retrato de ôro!
Os pintor tinha uns nome ingrassado! Nóis num podia ficar perto dus quadro. Acho que é pru causa dos porta-retrato de ôro.
Dipois nóis viu uns quadro estranho. Era só umas tinta jogada! Eu faço pintura melhor! E tinha um tal de Vão Gogui! Esse cara pintava tudo torto e as pessoas de amarelo!
Ai veio a mior parte: os presênti! Granhamo uns quadro! Veio um desse Vão Gogui, você vai vê! Eu faço mió!
Tirei umas foto da Avinida paulista. Ela é grande. Tem uns carro bûnito e é toda rápida!
Comprei umas coisa pra pô lá no mercadinho. Tem uns mercado aqui que é umas dez veis maió que o Bragion!
Sê ia gôstá!

Cuida bem do mercado e dos guri
Beijos do Mauro



(Este texto foi escrita pela Camila.
Ela primeiro elaborou um personagem que morasse bem longe, que tivesse um jeito diferente de falar, e muitas outras características. Esse personagem é que deveria escrever uma carta contando de uma visita ao MASP.
Camila já conhecia o museu, quando visitou uma exposição de Pablo Picasso)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Mayara diz que foi ao MASP...


Oi tio, tudo bem?
Eu fui no MASP como eu tinha te falado. Sabe, lá é muito legal, fui de metrô com os meus amigos. Alto do Ipiranga.
Quando chegou lá, eu me perdi, tinha tantas obras, tantas esculturas que acabei me perdendo do grupo, mas eu vi quadros incríveis.
O quadro que mais me impressionou foi o Rosa e Azul. Muito lindo, uma menina morena de vestido rosa e uma loira de vestido azul.
Tinha também quadros em 3D. Nós colocamos os óculos e parecia que a imagem saltava pra fora.
Tinha quadros que falavam com a gente.
Então foi muito legal, depois nós fomos para a casa da minha amiga, mas isso não é o MASP.
Espero que da próxima vez dê para vocês irem comigo.
Beijos,
Mayara

(Este texto foi escrita pela Mayara
Como ela não visitou o MASP, a proposta foi que escrevesse uma carta como se tivesse ido, baseada no relato dos colegas que fizeram a visita ao museu.)



Fabrício manda notícias de sua visita ao MASP







Mãe, Pai e Bia,

estou aqui em São Paulo, está muito legal. A Bia me levou pra conhecer o MASP um museu muito bom que tem aqui, nós fomos de metrô. Me deu um pouco de medo, mas antes disso nós vimos a tal de Avenida Paulista. Ela é grande e tem vários prédios e é maior do que a avenida daí. Tem muitos carros. Nós chegamos no museu, aí o lugar tem apoio de 4 colunas, parece que vai cair em cima da gente. Nós pegamos e fomos comprar os passaportes de entrada. Entramos e subimos num elevador bem grande. Chegamos lá em cima vimos um monte de quadros com pessoas desenhadas. Aí fomos pra outra parte onde tinha o que a Bia disse que se chama acervo. Tem cada quadro bonito lá, até o que é o famoso, o tal de Van Gogh. Tinha um muito lindo da catarata gigante e depois descemos porque tinha outra parte do museu lá embaixo. Tinha um negócio que a gente pegava poster de graça dos quadros. Quando voltar eu mostro pra vocês. E vimos um monte de quadros dos alemães muito legais e tinha um que mais me chamou atenção, de uma garrafa de coca cola quebrada com uma caixa de papelão na boca dela. Depois fomos passear pela paulista. Fomos no Mc, e mais tarde, lá pras 15h descemos para Paria Grande.

Muitas saudades,
Fabrício Dantas




(Este texto foi escrita pela Beatriz.
Ela primeiro elaborou um personagem que morasse bem longe, que tivesse um jeito diferente de falar, e muitas outras características. Esse personagem é que deveria escrever uma carta contando de uma visita ao MASP.)



Gabriela escreve uma carta contando sobre o MASP





Meu amor,

tu não sabe o que aconteceu. Sabe a Belinha, da Rosa e do Fernando? Ela inventou de me levar no tal de MASP, lá na av. Paulista. Eu nem sei o que era.
Mas então! É lindo o lugar, me apaixonei. Nós entramos lá e subimos um elevador. Chegando lá em cima eu sai do elevador falando alto e todos olharam pra minha pessoa. Ai, que vergonha. A Belinha começou a rir.
Bom, os quadros eram lindos, maravilhosos, tu tem que ver. Parecia que tiraram uma foto. Eram muitos quadros, um maior que o outro, um mais lindo que o outro.
Depois fomos ver outra exposição. Descemos uma escada e não parecia que tava se mexendo? Fiquei com um medo danado. Bom, eu olhei, olhei, olhei os quadros, achei lindo maravilhoso, mas tinha um problema: só tinha rabiscos, só cores escuras, não entendia nada. Mas a Belinha falou que eles expressavam os seus sentimentos (mas que sentimento era aquele?).
Bom, era só isso. Foi maravilhoso o dia com ela. Amei conhecer o MASP e e vou te levar , viu, meu amor?

Gabriela.


(Este texto foi escrita pela Isabella 
Ela primeiro elaborou um personagem que morasse bem longe, que tivesse um jeito diferente de falar, e muitas outras características. Esse personagem é que deveria escrever uma carta contando de uma visita ao MASP.)


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Victor escreve à família sobre visita ao MASP




Minha querida família,
tô escrevendo a vocês para contar sobre o meu dia. Hoje um grande amigo meu de infância me levou para conhecê um tal de MASP, Museu de Arte de São Paulo. Chique, né? Fiquei abestado com tanta coisa bunita que linha ali. Umas obra que era um tar de retrato, mas lá tinha uns bicho sem graça. Não sorriam, era sérios e duros como pedras. Vi também até Jesus desenhado lá, esse era lindo que dava gosto. Mas aí comecei a ver uns treco esquisito, sem pé nem cabeça, era um monte de rabisco. Me fez lembrá do tempo que pegava giz de cera e saía riscando a casa inteira, até tomá um puxão de oreia da mãe. Desci a escadaria e vi outros quadros. Esses eram imensos, mas não tinham tanta beleza como os que tinha visto antes. Perguntei pro moço o que era aquilo e ele respondeu que se chamava arte moderna. Fiquei observando os quadros e uma mocinha linda me veio perguntar o que representava toda aquela arte e eu todo metido respondi: É arte moderna. Ela me deu um baita sorriso e me perguntô qual era a obra que havia gostado mais. Eu, todo charmoso, respondi que de todas a mais bela foi a que acabei de conhecer.

Victor


(Este texto foi escrita pelo Lucas R. Rey. 
Ele primeiro elaborou um personagem que morasse bem longe, que tivesse um jeito diferente de falar, e muitas outras características. Esse personagem é que deveria escrever uma carta contando de uma visita ao MASP.
Lucas conhece também a Pinacoteca do Estado e já foi à Bienal de Arte)

domingo, 24 de outubro de 2010

Ana visita o MASP e manda carta para o Chico




Oi Chico,
 
           Vim aqui pra São Paulo visitar os parentes, mas resolvi dar uma passada na casa da sua mãe, até porque não é todo dia que a gente pode vir pra cá, não é mesmo? Pois então, fui lá, tava todo mundo, seus irmãos e sobrinhos. Contei as novidades, fiquei num orgulho que só! Quando falei que a Bru tá fazendo faculdade de moda, todo mundo disse “essa daí vai longe”. Aí a Ju (como tá grande essa menina!) perguntô como tava lá em Minas e como é que nós ia. Falo que tá com saudades e convidei ela pra passar uns dias junto da Manguinha (que graça que ela tá!) lá com agente.
         
          E então, não é que ela me convidô pra passear? Me chamou pra ir num museu. Apesar de ter morado tempos aqui nunca tinha ido. Fica lá na Paulista. Nem precisou insisti, sabe como eu gosto de um passeio, né Chico? Aí a gente foi num sábado, ela, a Eliane e a Manguinha. Muito bonito esse museu. O nome se não me engano é Masp, é, é isso mesmo. Era diferente do que eu tô acostumada, era um museu em cima de umas colunas em vermelho. Você sabe como eu gosto dessas modernices, né, Chico?
Até tinha esquecido como era São Paulo, cidade grande. Esse amontoado de gente e essa agitação, prédio pra cá, prédio pra lá, diferente mesmo da nossa cidadezinha...

        Entramos lá, primeiro a gente viu uns quadros que só aparecia gente da nobreza (achei meio chato), mas depois foi melhorando, cada paisagem linda, Chico, tinha que ver! E depois, vi uns quadros de Jesus, Maria e João Batista, me emocionei, de ver coisa tão bonita. Aí nós descemos e fomos numa exposição dos Alemães. Cada trem estranho! Não entendi é nada, mas gostei. Quando a gente tava indo embora, a Ju pegou umas imitações dos quadros de lá, tô levando pra por na nossa casa, você vai ver Chico, vai ficar chic que só!

       Ai Chico, não é que foi mesmo legal? Cada coisa bonita, que a gente até lembra da infância, das paisagens que a gente viveu, enfim da nossa felicidade.

                               Muitas saudades de você da Bru e da Mila, manda beijinhos pra elas,

                                                                              Com amor, Ana.  



(Este texto foi escrita pela Juliana. 
Ela primeiro elaborou um personagem que morasse bem longe, que tivesse um jeito diferente de falar, e muitas outras características. Esse personagem é que deveria escrever uma carta contando de uma visita ao MASP.
Juliana pode ir quando quiser ao MASP, pois tem um tio que trabalhá lá. Ela também já foi à Bienal de Arte)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Visita ao MASP - Carta de Auri para Dilson



 Oi, Dilson. Já tem um bucado de tempo que eu estou aqui ni São Paulo. Tô com saudades daí da minha terrinha, da Marli e dos meninos, de Bethinha, Toninho, de todos.
Esses dias Didi me levô pra um tal de MASP. É um museu daqui muito conhecido. Ele é bonito que só vendo! Quando a gente chegô lá, ela me levô prum tal de acervo. Eu acho que é esse nome. Acervo é o lugar em que ficam os quadros que não saem do museu.
Oh, Dilson... Tem uns quadrinho tão bunitinho que só cê vendo! Umas mulé, uns hómi, tudo bem vestido, com cara de sério, a coisa mais linda. Quando a gente tava saindo do acervo que é enorme e tem muitos e muitos quadros, nóis descemos uma escada que parecia que estava se mexendo. Garrei na mão da Didi, dei um grito de “Maria valei-me” tão alto que o povo todo olhô pra mim. Que vergonha, Dilson.
Quando nóis chegamos lá embaixo tinha outros quadrinho de uns pintores da Alemanha.
Nossa, muito diferente dos do acervo que fica lá em cima. Esses Didi falô que tinha mais sentimento, eu não entendi direito, mais gostei dos quadro lá porque eles tinham menos cores, era mais escuro que os outros. Mais também tinha lá uns quadro colorido que tinha muitas cores clarona como amarelo, vermelho, essas cores, sabe?
Então, depois disso nóis fomos ver uns posters que tinha que coisá lá pra ganhar – um tal de caidrato, num sei falá, não. Era no computador que tava fazendo. Didi ganhou uns lá bonitinho que só.
Depois disso nóis domos embora. Pegamo um monte de metrô, ônibus e fomos pra casa pra discansar, né? Porque depois de todo esse passeio eu cansei.
Então, Dilson, tchau. Eu vou ficando por aqui. Mando um beijo prus meninos e pra Marli, pra todo mundo. E todo mundo aqui tá te mandando um beijo também. Tchau e não esqueça de escrever, viu! Que logo mais eu tô voltando pra Mortugaba, viu!
Beijos,
Auri


(Este texto foi escrita pela Ingrid. 
Ela primeiro elaborou um personagem que morasse bem longe, que tivesse um jeito diferente de falar, e muitas outras características. Esse personagem é que deveria escrever uma carta contando de uma visita ao MASP.
Quis começar pelo texto da Ingrid porque, curiosamente, ela não foi ao museu naquele dia. A carta foi escrita com base no relato feito pelas colegas de ateliê.)





quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Visita ao MASP



Não foi bem esse o MASP que visitamos. Essa foto parece ser da época da inauguração, 1968, quando só a professora tinha nascido...
Dá pra perceber a enorme diferença entre aquela época e agora. Os carros, o movimento, o entorno, o canteiro central, que não existia. E mesmo o museu, ganhou as cores imaginadas pela arquiteta Lina Bo Bardi, ganhou mais um subsolo, o terceiro. 


(Lina Bo Bardi em 1964, durante a construção do MASP)


Bom saber que ele se tornou o maior museu de arte ocidental da América Latina, com um acervo muito importante e também com outros serviços tais como ateliês abertos ao público, visitas guiadas, cursos, apresentações de teatro, cinema, palestras.

Nossa visita aconteceu no dia 16 de outubro, um sábado ensolarado. Durante três horas pudemos apreciar quatro exposições. A primeira, de retratos, chamada “Ver e ser Visto”, apresentava esse tema ao longo da história da arte, do Renascimento até o século 20. Pudemos acompanhar as transições do figurativo e posado, até o conceitual, em cinco grupos de telas, todas do acervo do museu.
No mesmo andar visitamos a exposição “Deuses e Madonas”, também só com obras do acervo que abordavam o tema do sagrado. Logo ao lado estava a mostra “Romantismo”, com pinturas e esculturas que, embora não pertencessem a um período determinado, adotavam algum aspecto referente ao romantismo.

Finalmente descemos ao subsolo para visitar a mostra “Se não nesse tempo”, de arte alemã do período entre 1989 e 2010, ou seja, depois da queda do muro de Berlim até a atualidade.

Esta visita, aliás, como tudo que andamos fazendo, vai reverter em escrita. Em breve neste blog.

(Adélia Nicolete)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Este foi o nosso Klee

(Paul Klee. Tela ainda não identificada)

O nosso espaço conta com reproduções de obras de vários artistas.
Tivemos sorte ao encontrar um Klee perfeito para nosso estudo de linhas.
Abaixo nossas impressões a partir do contato com esta obra - foram essas impressões que nortearam os poemas postados anteriormente:

Transmite seriedade - por causa da cor cinza. Tambem introspecção, melancolia.
Chama atenção o contraste - por causa do uso das cores quentes e frias. Contraste entre campo e cidade, por causa das formas. Pode lembrar uma cidadela medieval.
O tom usado no fundo remete ao luto ou à noite chegando. As demais tonalidades lembram amanhecer ou entardecer.
Os sons do quadro? Sinos badalando na igreja; barulho de chuva chchchchchchchc; som de vento nas árvores, canto de passarinhos.
Lembra uma praia nublada. Vontade de nadar.

Lembra um sítio no interior, a infância passada brincando na chuva até tarde, até a mãe chamar pra dentro de casa.

domingo, 17 de outubro de 2010

O balão de coração borrado





O Balão de Coração Borrado                      

No crepúsculo da última noite de carnaval.
Quando tudo havia acabado não havia nem sequer uma pessoa na rua, apenas os lixos deixados, e o vento procurando algo para fazer companhia a ele.
Nessa noite lá estava um homem, não um homem comum, mas sim um artista - mas não um artista qualquer, era um artista de Petrópolis chamado Pedro e tinha 55 anos - conhecido por suas artes comuns e que, por serem comuns, não vendiam muito.
Nessa noite Pedro estava fazendo mais um quadro, sobre o carnaval, mas cansado já havia trabalhado muito nesse quadro, ele foi buscar um chocolate quente.
Nesse meio tempo, uma gota de água caiu na pintura, que era magnífica, colorida, mas era uma pintura comum, essa gota de água caiu e desbotou a pintura.
Pedro volta e se depara com seu trabalho “arruinado” e começa a se lamentar.
Enquanto Pedro lamenta o quadro, vamos dizer que ele fala.

QUADRO - O velhote está se lamentando por quê? Eu estou aqui, magnífico!
PEDRO - Magnífico como? você virou um borrão... Péra, você fala?
QUADRO - Isso não vem ao caso, vamos falar sobre o seu talento.
PEDRO - O que tem ele?
QUADRO - O que tem é que ele é uma merda só!
PEDRO - Você foi criado por mim e ainda diz isso? Buaaaaaaaaaaaa!
QUADRO - É verdade, fui criado por você e por isso que só não te bato, por que só sei falar, não tenho pernas pra andar e braços pra socar sua cara lamentável.
PEDRO - Então vamos.
QUADRO - Vamos aonde?
PEDRO - Para o lixo.
QUADRO - Como, para o lixo?
PEDRO - Você está arruinado!
QUADRO - Quem está arruinado são seus olhos de velho, as artes que você faz são comuns, não dá uma dúvida para as pessoas, elas não se questionam. É por isso que suas obras estão falidas, você não dá um tempero, uma coisa surreal para questioná-las. Você dá a prova com as respostas a elas.

Pedro com a cara de quem está levando uma moral da própria obra admite a verdade.

PEDRO - Mas o que eu posso fazer? Você está borrado.
QUADRO – Não. As cores se misturaram e viraram algo novo. Só basta você querer.
Às vezes posso ser um furioso leão e às vezes posso me tornar um belo e meigo passarinho. Às vezes posso ser uma linda flor e às vezes só espinho. Posso alimentar o mundo de sonhos, esperanças e fantasia. Todo o mundo me procurara mais ninguém me achará. Respeitarei as lágrimas mas também as risadas ao me olhararem. Olhe bem pra mim. O que me pareço?

Pedro se vira lentamente. Parece estar emocionado e se deita em sua cama.

QUADRO – Ei! Aonde você vai? O que você irá fazer comigo?

Pedro se deita e apaga a vela. Fica sozinho na escuridão. Só a claridade da lua é suficiente para iluminar o quarto onde ele estava. Pedro parecia emocionado e haver captado o recado de sua obra. Que arte não é matemática. Que só há uma resposta. Arte: a soma de varias respostas.

Boa noite, Pedro diz ao Quadro.
Na manhã seguinte, Pedro se levanta e vê que tudo aquilo foi apenas um sonho, mas ele vai até a tela em branco e percebe que aquele sonho foi um aviso.
Pedro desenha um balão vermelho de carnaval. Mas o vermelho era tão intenso que chegava a ser escarlate. Quando o quadro estava quase pronto, Pedro joga um copinho de café cheio de água e o balão vermelho de carnaval vira um imenso borrão.
Pedro ri e sai para entregar o quadro à galeria. Passa um semestre e o nome dele sai como o mais novo famoso artista de arte abstrata do Brasil.
Com sua primeira obra o quadro...
Se você deseja saber o nome do quadro, leia as palavras em destaque que há no começo do texto.



(Texto de Paulo)

(Proposta: diálogo entre um pintor e seu retratado, utilizando impressões levantadas na apreciação da tela "Composição X" de Kandinsky. Deveriam também ser utilizadas frases de seus retratos escritos - sublinhadas no texto acima. A ilustração da postagem foi escolhida pelo autor)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Visitar uma exposição é (também) viver!



Visitar uma exposição de arte é ver reunidos num só espaço a inspiração, a imaginação, a sensibilidade e o trabalho de um ou vários artistas. Esquecemos por um momento o mundo lá fora e mergulhamos numa atmosfera que tem cor, volume, densidade diferentes do que estamos habituados. Isso sem falar em exposições ao ar livre, que, além de tudo, dialogam com o entorno.

E para melhor curtir essa experiência aí vão algumas sugestões - apenas algumas, pois frequentando mais e mais exposições a gente vai desenvolvendo um jeito próprio de ver e viver as obras.


Ai vão elas:

*  Informar-se. Procurar saber pelo menos um pouquinho sobre o que vai ser visto, sobre o local da exposição

* Ao chegar ao museu, galeria, salão, etc, observar sua arquitetura, seu estilo, "a cara" do lugar. Isso já vai nos colocando num "clima" que nos ajuda a saborear melhor as obras


  • (Pinacoteca do Estado - Praça da Luz - SP)

    * Obter o programa da exposição e dar uma olhada, assim como no texto que, em geral, é colocado no início da exposição pelo curador (organizador da mostra). Eles podem nos ajudar na apreciação das obras, compartilham conosco os motivos e os esforços que culminaram na exposição e muitos outros dados interessantes 

    * Ter uma visão geral do espaço, pra se ter uma ideia do tamanho, da disposição das obras, pra nos vermos ali e, afinal, nos integrarmos tambem à proposta

    * Seguir uma sequência. Se não houver indicação, pode-se perguntar para algum monitor. Mas nada impede que se ande livremente, pode até ser divertido.




    * Parar onde houver maior interesse. Brincar de tentar identificar a autoria. Levar papel pra fazer anotações, fazer desenhos, registrar ideias que passem pela cabeça antes que elas fujam.

            * Olhar de perto, de longe. Pode-se até fechar os olhos pra ver melhor.

             * Parar de vez em quando, sentar, respirar. Ouvir a obra tambem pode ser divertido.



    • * Olhar as outras pessoas é também apreciar a exposição. Observar suas reações, suas preferências, sempre de maneira respeitosa e discreta. Até porque, muito provavelmente, estejam nos observando da mesma forma...

      * Fazer deste momento um momento especial, quando nossa alma se liga, por um instante que seja, à alma daqueles artistas e a arte se completa - por meio da nossa presença.


      (Adélia Nicolete)


Elas são tão óbvias... as linhas - por Tatiane e Ingrid



Lá estão elas,
Todas entrelaçadas.
Retas e tortas
São mesmo muito obvias.

Mania de perfeição,                                      
que chega até a irritar                             
contornando e desenhando,                        
mas sempre na minha rotina.                       

Linhas misteriosas
estão em todo lugar,
elas são tão obvias
pior que a linha do meu celular.

E a linha do horizonte
que é reta e muito longe
fim ela não tem,
mas linha!...ela é tambem.




(A proposta era de que, a partir da leitura de uma obra de Paul Klee e de exercícios em torno da ideia de "linha" fossem criados poemas, em duplas)

Linhas - por Camila e Lucas



No horizonte
surge a linha do amanhecer
Linha da vida
linha do viver

Linha do dia
e linha do mar
Linha do campo
e linha do luar

Surge a escura
linha da noite
Ela puxa o crepúsculo
pro infinito horizonte

Linha chuvosa
escorrida, chorosa
Linha de coragem
linha preguiçosa

A linha enfraquece
e tudo se esquece
A morte com foice corta
a triste linha torta

Linhas iniciam tudo
e até mudam de rumo
Linhas onde se lê
linhas de Klee

(A proposta era de que, a partir da leitura de uma obra de Paul Klee e de exercícios em torno da ideia de "linha" fossem criados poemas, em duplas)


O rei - por Juliana e Isabella






Havia uma linha,
 a linha do contraste
que tanto dividia 
o campo e a cidade

Era provável
que fosse literal
lamentável,
mas tornou-se social.

No campo, povo humilde
era tão só
somente tristeza e
infelicidade.
Era assim!

Deus, lá do céu, viu
a linha da mão não desmentiu
que a majestade, só com eles,
fazia ruindade.
melancolia prevalecia...

Já na cidade, um véu de ilusão os encobria,
riam com grande inocência,
seguiam a linha em tudo
que o rei permitia.
Acreditavam que isso propiciava muita alegria
e liberdade.
quanta ingenuidade!

Entardeceu o dia,
sua alteza morreu,
a linha do mais esplendido
horizonte nasceu.
Bromélia já tinha,
mas lírio floresceu
para grande contentamento
dos plebeus.
No fim tudo se alinhou
já que todo contraste se nivelou.



(A proposta era de que, a partir da leitura de uma obra de Paul Klee e de exercícios em torno da ideia de "linha" fossem criados poemas, em duplas)


Linhas - por Mayara e Paulo




O que são linhas?
Linhas são retas,
Linhas são tortas,
Linhas espirais
São uma mania para meninas
que tem suas linhas
de raciocínio embaraçadas.
Linhas curvas rechonchudas,
é o que passa na cabeça dos meninos
de hoje em dia.
Linhas do horizonte
É um refúgio para mentes ambulantes.
Linhas coloridas
É uma calça para modinha.
Linhas sem rumo
são obras para Klee.
É em cima de linhas
que escrevo pra você.


(A proposta era de que, a partir da leitura de uma obra de Paul Klee e de exercícios em torno da ideia de "linha" fossem criados poemas, em duplas)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Hoje




Hoje tenho poucos anos, bem poucos para saber ao certo quem serei por toda a vida. Acho que sou diferente cada dia que acordo. Às vezes sou linda, sou mulher. Às vezes não. Abro o guarda roupa e pergunto a ele quem eu devo ser hoje. Posso ser tantas, posso ser várias, e o que mais me surpreende é saber que existem infinitas possilibidades em mim.
Ainda ontem, me divertia sozinha com meus brinquedos e meu mundo tinha o colorido feliz de um pacote de jujubas. Rabiscava com giz de cera folhas e mais folhas, desenhando os sonhos que sonhava acordada. Hoje, tento manter um pouco disso, quando enfeito meu caderno universitário com corações de caneta bic vermelha.
Hoje eu preciso escolher todo o dia o caminho que irei trilhar, mesmo não sabendo onde vai dar. Mas dentre tantas incertezas, uma única certeza: quero ser feliz! Para isso, acho que a vida tem que ser divertida, leve, confortável como vestir um pijama de flanela ou calçar um tenis velho. Tem que me dar prazer!
Isso tudo me assusta um pouco, às vezes... mas espero um dia olhar para trás e saber dizer quem sou, ou melhor, o que me tornei. Neste dia, vou me lembrar de todas as cores, de todos os momentos, de todas as surpresas que a vida me trouxe. Vou me lembrar da trilha sonora da minha vida e todas as letras, melodias e canções vão contar sobre mim.  

(Este texto foi escrito por Carina Freitas a partir do autorretrato feito em colagem por Bruna)

domingo, 3 de outubro de 2010

Formatura



Personagens:
Dois cientistas : Patrícia  (Pat) e Frank

Formatura...E que formatura!!! 7:20 da Noite
Frank e Pat são dois velhos amigos de faculdade, que já estão se formando. Em cena os dois comentam sobre a nova fase que terão que enfrentar, afinal ser cientista não é fácil.

FRANK : Oi, Pat, como vai ? Preparada para a nova fase?
PAT: Poxa Frank, ao mesmo tempo que eu gosto de mexer com esse negócio de cientista, eu acho super difícil ! É como chocolate com pimenta.
FRANK: Pois é, né? Mas você não pretende voltar atrás agora, depois de ter feito anos de faculdade? Até porque já estamos na formatura!
PAT: Desistir, eu? Imagina!!!
FRANK: Senti firmeza, hein? Mas eu sou um cão de barriga cheia e que mesmo satisfeito vai atrás de um bife quando fareja, ou seja: ''Não vou parar por aqui''.
PAT: É, mas ouvi dizer, que não é bom sair por aí procurando várias profissões!
FRANK: Ah! Eu não sei não, às vezes eu fico meio confuso e . . . Mas quer saber mesmo? Sem mim nada existe para mim mesmo, Paty.
PAT: Não é bem assim, Frank ! Já eu, acho que para uma pessoa escolher uma profissão, ela não deve escolher algo que tenha experiência, mas sim o que ela goste, e muito menos sair por aí procurando várias profissões. Isso para mim é uma pessoa indecisa.
FRANK: Ah, mas quer saber, vamos dançar porque se a festa acabar e eu não conseguir aproveitar, já sabe, né?! Porque o tempo . . . O tempo me confunde ainda me deixa irritado. Mas eu não estou a fim de irritação hoje!
PAT: Ai, Frank, você é muito engraçado mesmo. Vamos dançar, porque essa decoração, passa algo quente, vibrante, com essas cores fortes, me lembra até o carnaval.
FRANK: É, convenhamos que quente já está, né? Mas eu concordo com você. Essa decoração traz alegria, uma emoção diferente . . . Nunca vou esquecer essa sensação, de estar me formando após anos de faculdade . . .

Já de madrugada, após se divertirem muito na festa de formatura: saída.

PAT: Tchau, Frank, espero que agora esteja certo do que vai fazer da sua vida. Meu amigo mais confuso!

(Texto escrito por Tatiane)


(Proposta: diálogo entre dois cientistas, com no máximo 12 réplicas, utilizando impressões levantadas na apreciação da tela "Composição X" de Kandinsky. Deveriam também ser utilizadas frases de um dos retratos escritos – que estão sublinhadas neste texto.)

O quadro



PERSONAGENS
Maurício - pintor
Marilene - musa

(Maurício mexe em suas telas)

MAURÍCIO – Querida, você sabe onde estão minhas telas me branco?
MARILENE – Olha lá no quatro, perto da porta! (Maurício sai e volta com uma tela)
MAURÍCIO – Mari, o que você acha de eu fazer um retrato seu? Você está tão bonita!
MARILENE – Tá! Onde eu fico?
MAURICIO – Pera aí... Deixa eu pensar. É... Fica contra a luz do sol na janela!

(30 minutos depois)

MARILENE – Ai, meu Deus. Esse tempo me confunde e ainda me deixa irritada... Ah, Maurício, tchau, cansei!
MAURICIO – Nossa! Tá bom, pronto. Acabei. Está demais. Olhe só o jogo de cores que eu fiz!

(Marilene se aproxima para ver o quadro)

MARILENE – Credo! Parece e a Monalisa! Você viaja o mundo inteiro para expor suas obras e parece que não sabe o que é arte! Com tantas viagens ate eu saberia. O que você vai fazer com esse quadro?
MAURICIO – São poucas as viagens que eu já fiz. Mas a maior delas será a que ainda vou fazer. A fé de que um dia isso vai acontecer me faz seguir em frente. Irei guarda-lo para depois expor!

(Toca o celular de Marilene)

MARILENE – Eu gasto uma quantia razoável com a porcaria do meu celular pela minha necessidade de conversar!
MAURICIO – Ave! Quando eu ficar famoso com as minhas obras, isso não será mais problema!
MARILENE – Espero que não seja depois que você morrer.

(Ela volta a falar ao celular)

(Texto escrito por Ingrid)

(Proposta: diálogo entre um pintor e sua retratada, com no máximo 12 réplicas, utilizando impressões levantadas na apreciação da tela "Composição X" de Kandinsky. Deveriam também ser utilizadas frases de um dos retratos escritos – que estão sublinhadas neste texto.)