segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Larissa - personagem criada por Anna Beatriz


Pintura de Aldemir Martins




Larissa, 16 anos, mora em Pederneiras, São Paulo
Estatura baixa para a idade.

Bonita. Um rosto com bochechas rosadas e fofas.
Tem um copro “violão”, como dizem os meus amigos (e os dela também)

Fala de um jeitinho caipiresco, puxando o R
Sai às sextas e aos sábados, em todos, e vai para um clube perto de sua casa

Não namora. Cursa o segundo ano do colegial

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Poema de Lucas Rey





Naquela terra em que um dia pisei.
Vive uma fantasia que sempre sonhei.
Casa de madeira, com fogão a lenha.
Queimava a brasa dentro da lareira.
Sábia pousava na minha janela,
E do pequenino saia uma canção tão bela.


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Texto de Paulo




Eu tenho mais de 50 mil anos de existência neste planeta cinza amarronzado.
Meu mundo já virou de ponta cabeça várias e várias vezes.
Eu já cansei de viver e tentei me suicidar muitas vezes também.
Mas sempre tinha alguém desta família que me impedia e me tratava com carinho sempre.
Mas sempre um de cada vez ia partindo e me esquecendo aos poucos.

Já vi um amor puro e verdadeiro quebrar em vários pedaços e se transformar em ódio.
Já fui usado como arma para machucar quem eu mesmo gostava.
Já vi as mãos que me tocaram com carinho acariciar um outro alguém e até ver o fogo dos dois criarem um outro amor bem na minha frente.
Eis outro ser que as mãos amadas me trocam, e o rio veio me consolar no momento de angústia. E assim foi toda minha vida: pessoas me tocavam, me amavam e iam embora.

Meu mundo virava de cabeça para baixo, todas as vezes eu perdia uma parte de mim, em todas as tentativas de suicídio e quedas. Mas quando eu finalmente desisti de morrer

_ Uma corda estoura.


(Este texto de Paulo foi inspirado na tela O violino, de Pablo Picasso)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O andante - Poema de Camila


Pablo Picasso - O velho violonista - 1903




Capim recém cortado
cheiro de carvalho molhado
É rústica a história
que cauda perda de memória

Coisas estranhas
naquele armazém
Pessoas estranhas
em um vai-e-vem

Sinto o perfume
escuto a canção
É ele que chega
no meio da construção

Ele toca e o pássaro canta
conquistam a cidade
Traz consigo muito pouca
da merecida vaidade

Todos esperam
a resolução
Mas ele passa sem demora
como uma oração

Volta o vai-e-vem
a tranquilidade
O andante nunca volta
Se esquece da nossa cidade


(Este poema de Camilafoi inspirado na tela O violino, de Pablo Picasso)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Texto de Isabella


Fragmento de tela de Pablo Picasso



Numa cidadezinha no interior mora seu João. Sempre no finalzinho da tarde, depois da chuva, aquele cheiro de terra e madeira molhadas era a inspiração para que seu João conseguisse tocar seu banjo. Mas ele tinha certo talento era para tocar violino. Decidiu ir pra cidade mostrar seu talento.

Chegando lá conseguiu se apresentar. Aquele dia teve de usar um perfume masculino que lhe dava alergia, e terno com gravata.

Depois de tanta fama, percebeu que não era isso o que ele queria, e voltou para casa com seu banjo.


(Este texto de Isabella foi inspirado na tela "O violino" de Pablo Picasso)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Violino coração - por Juliana



Tela de Pablo Picasso


Toc, toc, toc – barulhos na madeira.
Não foi Augusto que bateu na porta, mas sim André, exausto depois de mais de quinze cartas a Madeleine, batendo o lápis na mesa:

_ Como é complicado – pensava André.

Era uma carta de amor. Como amava Madeleine passava quinze horas tentando escrever a ela, mas nada. E de repente dormiu.
Estava num longo chá da tarde com Madeleine, passarinhos cantando ao fundo, som de violino, e ela sussurra em seu ouvido:

_ Que cheiro maravilhoso! Será o cheiro da terra molhada?

André todo orgulhosos diz:

_ Sou eu, minha querida. Vim com, o perfume mais delicioso só para você.

E quando André foi beijá-la, acordou.
Sentiu a presença de Madeleine em seu escritório e ouviu os mesmos passarinhos, a suave melodia do violino.
De repente descobriu o que escreveria.



(Vejam na postagem de ontem a tela de Pablo Picasso que inspirou Juliana a escrever esse texto)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Saudade matada, oh, violino!



Pablo Picasso - Violino



Lá fora a chuva tomava conta do quintal.
Um cheiro de bolo recém-tirado do forno vinha da cozinha a tirar meus sentidos. Alguém poderia me dizer se já existiu um dia tão tedioso?
Revirei algumas coisas no meu quarto e vi, esquecido na parede, um violino médio, de aparência rústica. Recordei dos meus momentos de músico. Tanto tempo.
Acho que não me lembro mais como se toca. Peguei. Um som desafinado saiu como um grito de suas cordas, ao primeiro toque com o arco.
Acho que devo ter as minhas partituras jogadas em algum canto. Procurei minha pasta preta e a encontrei embaixo da cama, na bagunça de meu quarto.
Algumas notas saíram, outras demoraram a sair. Acho que nunca me senti tão bem tocando Asa Branca.
Horas e horas tocando e uma sensação de saudade matada invadiu meu coração, e algo me disse que nunca ia me separar de meu novo melhor amigo, que nunca iria me deixar. Meu amigo violino.



(Este texto foi escrito por Anna Beatriz, inspirado na tela de Picasso)