terça-feira, 8 de novembro de 2011

Diário do Zé Preto - Camila




Cabum!!!
Caiu?!                                                        BUÁÁÁ
Tava lá?

Tava sim!
MorreumorreumorreumorreumorreumorreumorreumorreumorreumorreumorreuMORREU!

E AGORA?

A véia, a veínha

Passô na TV, na Globo, tavam falando que morreu pessoa na favela mas pessoa minha?
Tava no chão minha mãezinha

VO MATÁ MIL!

Passa a vida pra ficá sem nada sem mãe sem casa

Deus levou minha mãe, ela tá no céu
era gente fina Anjinho de pessoa

Quero ver ela!

Jesus cuida dela pamim

Mas nagora num importa

Tamu sem casa
O velho tá nem aí
Bêbado!

AAAAAH!

Tá co cheiro forte da mãezinha
da sopinha

Agora vamu tudo pros abrigo
depois pá rua ou casa de parente
mas e mamãe?

Santinha protege bem minha anjinha
e eu também

Vo dexar umilhão de rosa pá mãezinha.


(A proposta foi feita a partir da apreciação dessa tela de Jean-Michel Basquiat.
Feitos os comentários, cada participante criou um personagem urbano. Em seguida, imaginou um registro feito num diário que abordasse algum fato importante ocorrido na cidade que tenha afetado o personagem direta ou indiretamente.)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Juventude difícil - hip-hop da Tatiane



A juventude é meio complicada,
inocência, medo e curiosidade
a rebeldia toma conta
e o mistério fica oculto,
Por que será / que a mente dos jovens é um tumulto?


Correr atrás do estilo
e da modernidade
na mente dos jovens isso sempre faz parte.
Na roda entre amigos
os assuntos correm solto
dizendo que a vida
do jovem é um sufoco.


É difícil a resposta
mas um dia tudo passa.
A tempestade / vai embora /
e a chuva passa.


Logo após vem /
o ardor do silêncio
trazendo consigo
a brisa e o vento.


Vem a felicidade
E a vontade de viver
Eis que a fase difícil
acabou de morrer.


Dificuldades superadas,
juventude avançada
sobrando apenas
a lembrança/ e as marcas.





(Este poema foi escrito a partir da apreciação do autorretrato do Paulo.
Esta é a segunda versão)

Regressão - poema-canção da Camila

De volta ao começo
amanheço cansada
olho no relógio
sem tempo de estar atrasada


Os dias passavam
e os ventos já levaram
a marca do sorriso
os beijos, só comigo


E a mente aberta
descoberta,
mentira
causa a minha ira


E corro, corro, corro
tão viva, viva, viva
Tão presente, sem vontade
de parar


E vem e me conta
se agora acabou
se já existiu


E essa inocente rebeldia
toda carente, todo dia
sei que vai passar, sei que vai passar




E corro, corro, corro
tão viva, viva, viva
Tão presente, sem vontade
de parar





(Este poema foi escrito a partir da apreciação do autorretrato da Nicia.
Esta é a segunda versão)

Poema- canção do Paulo



Oh, sereia do mar azul
De perfume delicado
E uma rosa no cabelo
moreno.
Medo de mim, um homem tão gentil.


O desejo envolve a gente
Com um beijo ardente
Um filme de amor
Envolve nossa alegria
numa teia de sabor.


Mas que impulso é esse
de querer quebrar os limites
Com um passo
com os fogos no céu
encontro o paraíso
terminado com um abraço.


(Este poema foi escrito a partir da apreciação do autorretrato da Tatiane.
Esta é a segunda versão)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Texto da Nicia




(Tão logo seja possível, será adicionada uma imagem aqui)


Era uma vez.Sim,o ‘’Era uma vez’’,dos contos de fadas,porém temperado com a realidade dos fatos,como a vida da gente.De gente como eu.Como você.Gente como Diana.

Diana nascera no extremo norte do nosso país,num ambiente de poesias,acordes e muito amor,cultivado por seus pais,que compensavam a falta financeira com todo carinho que lhes fosse possível.Seus pais,Liz e Isadoro,viviam da música,tocando em todos os cantos em que boas canções fossem permitidas,fossem em bares,boates,janelas de namorada ou calçadas.Um verdadeiro caso de amor dos dois.
Tudo parecia perfeito,até que uma doença derradeira tirou rapidamente a vida de Liz.Conforme a doença avançava e tomava conta de seu corpo,Isadoro degenerava-se junto dela.Nem a pequena Diana era razão boa o suficiente para crer na própria força e seguir em frente com dignidade.Sem perspectiva alguma,entregou-se de corpo e alma ao álcool,que lhe servia como mecanismo de fuga da realidade.

Desde então,transformou-se em uma pessoa totalmente irresponsável em relação às suas obrigações paternas,mais importantes ainda após a morte de sua esposa.Oscilava todo o tempo entre a sobriedade e a embriaguez,tratando a filha ora com agressividade ora com indiferença,isso quando não a agredia fisicamente.
E a garota teve que se criar na realidade do mundo,quando tinha idade apenas para brincar e sonhar,ser seus próprios pais,enquanto ela apenas queria o colo de sua mãe.Nunca se sentiu tão sozinha.

Até que um dia,a pequena Diana,já não tão pequena assim,resolveu aproveitar a breve ida do circo à cidade para fugir daquela triste rotina em que se encontrava,e realizar um sonho.Pegou rabeira sorrateiramente no caminhão colorido e deixou toda aquela infeliz história para trás,para viver a magia de seu  sonho  de menina,em um futuro próximo.
Ela foi recebida de braços abertos por todos,e posta como aprendiz para aprender as técnicas necessárias para se tornar um membro do picadeiro.Observava mágicos,malabaristas,trapezistas,mas nada ali faria ela ir contra o que sonhara pra si desde o início:tinha o desejo,e o dom de fazer sorrir.Para ela,era essa sua missão real no circo,e seu grande sonho.Ser palhaça.Tinha uma luz de vida e alegria dentro de si,que transbordava pelo corpo todo quando estava sob a lona colorida,fazendo as pessoas sorrirem.Era seu verdadeiro lar.

Até que,após  um período de treinamento,chegou o grande momento.Diana estrearia esta noite,ao lado do palhaço mais antigo do circo,um verdadeiro pai e mestre da jovem.
Enquanto se preparava,passava lentamente a maquiagem que a transformaria em palhaça tão logo terminasse,e pensou em toda a sua história,desde seus primeiros anos,com toda a dor,as lágrimas de perda,de solidão,de desesperança.Se deu conta que,todo palhaço tem uma lágrima por trás da maquiagem;a diferença é que ele consegue escondê-la a ponto de fazer todos sorrirem.Um verdadeiro médico da alma.Logo que esse pensamento passou pela sua cabeça,emocionou-se a sós consigo mesma,mas não tinha tempo para chorar,nem que fosse de alegria.Era a hora.
Entrou no picadeiro.As pessoas olhavam curiosas para sua figura divertida,que tentava,entre uma palhaçada e outra,disfarçar o nervoso,que diminuía a cada gargalhada do público.O espetáculo correu bem,apesar da apreensão da estréia,e Diana não cabia em si de felicidade.Sentia que encontrou seu caminho,o que gostaria de fazer por toda sua vida,acima de todas as dificuldades que enfrentaria.

  Após o fim do espetáculo,e já descaracterizada,a bela jovem foi dar uma volta carregando seu nariz de palhaço,para aproveitar a noite quente e estrelada que brindava o sucesso de todos,em pleno fim de novembro.Sentia que sua alegria estava inabalável,nem que fosse só por aquela noite.
Andava distraidamente pela rua,quando um carro ganhou a rua com grande velocidade,e,antes que ela pudesse esquivar-se ou gritar,foi atingida com brutalidade pelo veículo,e logo foi ao chão,deixando cair o nariz de palhaço que ainda estava em sua mão.Logo perde os sentidos,e lentamente,a luz de vida que habitava em seu corpo.Estava morta,e nada podia se fazer.
O homem salta apavorado do veículo,meio cambaleante,pelo efeito do álcool,para ver se o pior aconteceu,e não pôde evitar um grito de desespero.Quase não reconheceu a filha deitada no chão.




(Esta é a primeira versão do texto da Nicia.
Proposta: cada participante deveria observar o próprio autorretrato realizado na atividade anterior - ver postagens. A  partir dessa observação, faria uma espécie de descrição da figura retratada em forma de texto. Cada um poderia usar a forma e o gênero que quisesse, o importante era olhar a si mesmo retratado como se fosse outro.
Depois de lido e analisado pelo grupo, o texto terá, pelo menos, mais uma versão)