PERSONAGENS
Zé
Juca
[Dois garis em serviço no sambódromo, após o desfile de Carnaval. É noite, verão.]
JUCA - Tá sentindo Zé? Tá sentindo a música, o bater dos tambores, a pulsação do Carnaval?
ZÉ - Tô sintino nada, Juca. O disfile já acabô. Cê sonha dimais da conta, dexa eu trabaiá...
JUCA - AHH Zé, Eu descobri!
ZÉ - Discubriu o que Juca?
JUCA - Descobri meu sonho, o que quero viver! Todo esse clima doce meio azedo de festa, de estrepulia, esse calorzão desse verão quente pra burro, esse ritmo todo rápido de todos esse carros bonitos desfilando por aí, me tocou...
ZÉ - Quê Juca, cê vai fazê o quê? Tá bão dimais esse emprego que seu Marcos arrumou pra nóis. A gente nasceu pra isso, é o mió que a gente pode tê...
JUCA - Nada disso, eu quero voar! Voar num balão! Sinto que esse desejo brota por conhecer o mundo e a mim mesmo, pois vai ser sempre a maior aventura da minha vida.
ZÉ - Qui negócio doido é esse, Juca. Por que disso tudo?
JUCA - Porque há cheiros no mundo que ainda não conheço, há nas artes cores brilhantes e pulsos em dourado, que me chamam daqui onde estou. AHH, a minha aventura vai começar! Porque você não embarca comigo nessa, Zé?
ZÉ - Endoideuceu de vez esse Juca. Isso não é pra mim não, eu tô bem aqui, com a minha vassoura...
JUCA - Claro que é pra você Zé! Ou você prefere ficar aí resmungando com sua vassoura do que conhecer o mundo como um passarinho?
ZE - É né, quem varre junto, podi vuá junto também. Mió vuá num balão do que numa vassoura!
(Texto escrito por Juliana)
(Proposta: diálogo entre dois garis, com no máximo 12 réplicas, utilizando impressões levantadas na apreciação da tela "Composição X" de Kandinsky. Deveriam também ser utilizadas frases de seus retratos escritos - sublinhados no texto acima)
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