O artista inglês sir Edward Burne-Jones (1833-1898) afirmou em seus escritos que o grande pintor retratista deveria expressar o caráter e a qualidade moral de seus modelos, nada que fosse temporário, efêmero ou circunscrito ao momento.
Portanto, para ele (e para muitos outros artistas) um retrato bem executado deve representar a essência interior do sujeito não apenas a aparência externa.
Bem, acho que nós, do Ateliê de Escrita Dramática, fizemos isso!
Estudamos alguns retratos feitos ao longo da História da Arte – desde as pinturas nas cavernas. Vimos retratos “fiéis”, quase fotográficos, vimos fotografias também, e percebemos que, aos poucos, os artistas se viram desobrigados de servir à natureza e começaram a servir à sua sensibilidade e à sua imaginação. Foi a partir daí que os retratos começaram a ficar menos parecidos com o corpo dos retratados (em termos físicos) e, quem sabe, mais parecidos com a imagem que o artista faz deles. De uma representação passou-se a uma interpretação.
As postagens que veremos a seguir são ilustradas por colagens feitas pelos participantes do Ateliê. Elas respondem à proposta de um autorretrato pictórico aliado a um retrato escrito em 3ª pessoa pelo seu autor.
Os objetivos são um estudo preliminar do retrato ao longo da história; a reflexão do participante acerca de si mesmo; o registro plástico dessa reflexão; o exercício da escrita a partir de um distanciamento, de uma interpretação da própria obra (e de si).
São retratos artísticos e poéticos. Divirtam-se.
(Adélia Nicolete)
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