- Ela é criativa e faladeira, gosta de comida, computador e de onde ela mora.
- Sério? Nossa, que legal!
- Na cabeça dela, passam mil coisas por minuto! Muitos assuntos, muitas brincadeiras, muitos sentimentos, muita seriedade. Muitas cores!
- Como você descobriu tudo isso?
- Foram muitas tentativas. Na última, consegui entrar de cabeça em seus pensamentos. Ela parece ser meio avoada, com a cabeça e a mente na Lua.
- Nossa, mas...
- E também pensa em assuntos importantes, que possam mudar o mundo.
- E...
- Ama conversar! Conversa sobre tudo. Sobre o que gosta de fazer, sobre o que quer fazer, sobre o que tem que fazer. Sobre melhorar o mundo, sobre natureza.
- Olha, eu realmente...
- E computador, então? É seu hobbie preferido. É o lugar onde mais passa o tempo.
- Mas então...
- Gosta de tudo quanto é comida: alface, carne, arroz, batata... E também ama São Paulo, seu Estado. Diz que tem muitas coisas para fazer. Ela brinca, estuda, pinta, joga, descobre, TUDO! Realmente uma pessoa que pensas muito.
- Ah! que ótimo! Bom, tenho que ir! Até logo!
- Até!
(Anna Beatriz escreveu esse retrato em 3ª pessoa a partir do auto-retrato feito em colagem por Beatriz)
Anna Beatriz optou pela descrição em 3ª pessoa na forma de diálogo. Porém, a partir do momento em que não define quem é quem na conversa, dá margem a uma série de possibilidades de leitura e interpretação:
ResponderExcluir- são duas pessoas apenas ou são mais?
- a pessoa descrita está presente ou estão falando dela?
- estão falando de alguém ou do autorretrato feito em colagem?
- quem são esses enunciadores? Homem ou mulher? Parentes? Amigos?
Da mesma forma, a não definição de tempo ou espaço e a ausência total de rubricas, permite variadas leituras:
- em que circunstância o diálogo acontece?
- estão com pressa ou a(s) pessoa(s) é ansiosa e fala demais?
- qual o tom das falas?
Essas características vêm a ser um grande estímulo para encenadores e atores.