quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Texto do Lucas




Londres, Inglaterra
17/12/1995

Parecia mais um dia normal no escritório, até que ela entrou pela porta, como a tempestade antes da calmaria. Elegante, loira, com olhos que me atingiram como um trem de carga ela entrou, se sentou, me encarou e falou: “preciso de sua ajuda”. Sou detetive particular, pelo menos é o que diz meu anúncio no jornal. Jack Drake é o meu nome e conforme ela ia me contando eu ia me arrependendo deste mesmo anúncio.

Era um caso difícil, suspeita de assassinato. Mas a dama era persuasiva, todas são de algum jeito. Dinheiro acertado e ela me levou a um beco, a cena do crime. Uma fita amarela isolava tudo. Então eu vi o desenho no chão, aqueles famosos desenhos feitos no chão mostrando como o morto fora encontrado. Mas nesse caso não havia corpo, apenas o desenho feito pelo assassino e dentro do desenho e em volta frases e desenhos feitos com sangue. E um bilhete no meio que dizia “Descubram quem morreu”.

Como eu disse, um caso difícil. As pistas estavam todas no chão, frases, citações, desenhos, imagens, então decidi que o único jeito de descobrir a verdade era pesquisando essas frases. Comecei a ler, reconheci algumas, letras de músicas, Beatles, Blink 82, AC/DC, Clássicos. Humm... aí já temos os possíveis interesses musicais do morto. Não era muito, mas já era algo. Pelas músicas e bandas diria que era alguém que gostava de rock clássico, principalmente, e gostava de décadas passadas. Mas isso era apenas o que estava fora da imagem. Dentro, após algumas pesquisas rápidas, descobri que eram citações de descritores e de histórias em quadrinhos.

Agora tínhamos duas coisas: gostos musicais e interesses pessoais. Com isso eu podia dizer que a vítima devia ser jovem, possivelmente adolescente, perto dos 15 anos. Pedi aos policiais uma lista dos desaparecidos na última semana nessa faixa de idade. Me arranjaram 3 nomes: Francis Muller, Lucas Cardoso Fonseca e Milena Hollden. Por destino ou sorte, nunca saberei, a casa mais perto do local era a do Fonseca.

Chegando lá, interroguei os pais, até que algo me chamou a atenção, um porta-retratos, e nele estavam o garoto e uma mulher, a mesma mulher que me contratou, eu não esqueceria aqueles olhos. Perguntei quem era aquela e eles disseram que era a irmã dele. A resposta de todo o caso me acertou como uma bala de 40 milímetros. Saí em disparada da casa, diretamente para a delegacia, era tudo tão claro agora. Ela não trabalhava para a polícia nem nada, me contratou para um caso de assassinato onde nem se sabia quem era a vítima. Ela queria ter certeza de que iria ser descoberta.

A polícia logo se movimentou, mas algo me dizia que já era tarde demais. Horas se passaram e nenhum sinal dela. De volta ao escritório, vejo a porta aberta. Entrei, ela havia levado tudo. Roubou tudo o que havia lá e deixou um bilhete dizendo: “obrigada por tudo. Sabia que você conseguiria.”



(Esta é a primeira versão do texto do Lucas.
Proposta: cada participante deveria observar o próprio autorretrato realizado na atividade anterior - ver postagens. A  partir dessa observação, faria uma espécie de descrição da figura retratada em forma de texto. Cada um poderia usar a forma e o gênero que quisesse, o importante era olhar a si mesmo retratado como se fosse outro.
Depois de lido e analisado pelo grupo, o texto terá, pelo menos, mais uma versão)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Texto da Tatiane








Não parece difícil decifrá-la. Ao olharmos, temos a impressão de alguém doce e frágil, fácil de lidar. Simplesmente alguém apaixonado pela vida, que ama comer doces, gosta muito de viajar, muito vaidosa. Ama cinema e filme com final feliz. Talvez uma pessoa como todas as outras, mas não. Ao aprofundarmos mais, percebemos que ela não é tão simples assim. Observamos que ela tem uma visão diferente da vida, alguém de humores alterados, talvez mais difícil de lidar do que podemos imaginar.

Não que isso a torne uma pessoa fechada para a vida, muito pelo contrário. Ao tentarmos desvendá-la, percebemos que ela olha a vida tentando alcançar o horizonte, procurando fazer tudo do seu jeito. Uma pessoa muito determinada e perfeccionista, que corre atrás dos objetivos, sem desistir no primeiro obstáculo. Esta pessoa nos dá a impressão de alguém doce, que corre atrás do que realmente quer. Alguém que vê a vida colorida. Cheia de manias talvez.

Enfim, percebemos que essa pessoa não é tão fácil de desvendar como parece.





(Esta é a primeira versão do texto da Tatiane.
Proposta: cada participante deveria observar o próprio autorretrato realizado na atividade anterior - ver postagens. A  partir dessa observação, faria uma espécie de descrição da figura retratada em forma de texto. Cada um poderia usar a forma e o gênero que quisesse, o importante era olhar a si mesmo retratado como se fosse outro.
Depois de lido e analisado pelo grupo, o texto terá, pelo menos, mais uma versão)

Texto da Camila




Sentia frio a jovem e futura mãe. Baixava os olhos e fitava sua barriga, com a pele esticada contendo em si uma vida.
Sentiu a primeira dor, o primeiro anúncio.
Naquele casebre simples onde vivia sozinha a grávida já viúva, a parteira tirava a pequena vida de dentro dela, levando à luz uma garotinha de corpo moreno e cabelos negros, junto com o estrondo do trovão.
A jovem amou sua filha intensamente. Segurou-a em seu colo materno e desfaleceu, deixando a garotinha órfã, sem nada nem ninguém.
A parteira entregou a garota a uma família que vivia nas montanhas.

A pequena garota cresceu traumatizada pelo trovão que levou sua mãe. Brincava e ria, mas temia a solidão. Corria nas montanhas e voltava para casa, sentindo o cheiro vindo da cozinha. Aquela mulher não era sua, não era seu sangue.
Na adolescência sentia ímpetos de voar para longe, de sair em busca de tudo. A amargura de ficar, não ir, transformou-a em adulta solitária, sem memórias, mas com tramas. Se vê no furacão, bem no olho, no abismo, com frieza seguiu em frente. Enfrentou. Se deu conta de que era completa, quando já lhe faltavam as energias.

Idosa, entendeu que as correntes foram forjadas de nuvens. Não se arrependeu. Tomou um banho, se soltou do passado. Se deitou com cabelos molhados e esperou o trovão chegar. Fechou os olhos. Fechou os olhos.



(Esta é a primeira versão do texto da Camila
Proposta: cada participante deveria observar o próprio autorretrato realizado na atividade anterior - ver postagens. A  partir dessa observação, faria uma espécie de descrição da figura retratada em forma de texto. Cada um poderia usar a forma e o gênero que quisesse, o importante era olhar a si mesmo retratado como se fosse outro.
Depois de lido e analisado pelo grupo, o texto terá, pelo menos, mais uma versão)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Quem é você, Nicia?


Quem vai decifrar?














Texto do Paulo





Duas e quinze da manhã ainda me revirava na cama de um lado para outro até de ponta cabeça já havia tentado para adormecer.
Mas meus pensamentos não adormecem. Penso naquele sorriso, naquele olhar penetrante, que mesmo quando estava zangado e estressado eles me faziam rir e ficar encabulado, parecendo uma criança de 12 anos que ganhou um sorvete e o deixou cair no chão, chorando e gargalhando ao mesmo tempo. E o fato de estar seguro só de estar a um quilometro de sua presença.
Mas tem um porém, um grande porém, essa mesma pessoa já passou por mim e pelo meu coração centenas de vezes, e aqui estou eu, correndo atrás mais uma vez.

Dizem que seu verdadeiro eu habita na pessoa amada, por isso acreditam em mim quando digo que me odeio.
Sempre tento ser uma pessoa melhor, diferente acada dia, hora, minuto, segundo. E por que? Porque eu não sei quem sou e ela não gosta de nenhuma das máscaras com que eu me defendo do mundo. E passo a perder quem sou só para agradá-la. Do que ela gosta, passo a gostar, porque ela sou eu. Mas não, não posso me dar ao luxo de me desarmar, de me humilhar dessa forma.

Já são três e quarenta e ainda penso nisso. É como se eu fosse me perdendo. Estou tão armado e sei que se me desarmar, me achará ridículo. Sou muito criança e sensível. E orgulhoso para admitir qualquer coisa, mas provavelmente não irá prestar atenção em mim, ou ficará com pouco interesse. Começarei a chorar e ficará patético.

Já são cinco e doze. É bom dormir um pouco: terei prova na primeira aula amanhã e preciso descansar.

Com apenas um sussurro – queria me sentir seguro de novo.


(Esta é a primeira versão do texto do Paulo.
Proposta: cada participante deveria observar o próprio autorretrato realizado na atividade anterior - ver postagens. A  partir dessa observação, faria uma espécie de descrição da figura retratada em forma de texto. Cada um poderia usar a forma e o gênero que quisesse, o importante era olhar a si mesmo retratado como se fosse outro.
Depois de lido e analisado pelo grupo, o texto terá, pelo menos, mais uma versão)

sábado, 15 de outubro de 2011

Quem é você, Camila?

Ontem:

Hoje:
"Acho que amadureci..."







Esta atividade faz parte do projeto "Outras escritas", em que unimos 
artes visuais e composição escrita.



Quem é você, Alex?

Muitos contornos e um só rapaz







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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quem é você, Paulo?

Um leve contorno
conteúdos fortes!






Segredos...




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Quem é você, Tatiane?


Gostares e não-gostares










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Quem é você, Lucas?


Dos detalhes 












Ao todo



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